Muita gente se surpreende quando
conto que na minha vitrola também toca música gospel. Não é para menos, pois
pode não fazer tanto sentido para alguém que adora o Rock’n’Roll e suas
vertentes. Mas é aí que está a graça de não ter preconceitos quando se trata de
música bem feita e bem executada. Estou falando do disco O Tempo, do grupo Oficina G3. E minha opção por escrever sobre este
CD é uma homenagem a um casal de amigos para quem o tempo será um santo
remédio.
Antes de qualquer coisa, vale
comentar: o Oficina é muito Rock’n’Roll. Além do som pesado e da variedade de
ótimos riffs de guitarra, os caras
falam diretamente com a emoção do seu público. Foi pelo guitarrista que cheguei
à banda. Comecei a ouvir comentários sobre “um tal de Juninho Afram” e a ver
que o nome aparecia em tudo quanto era revista sobre guitarra. Fiquei curioso e
fui atrás para saber mais. Descobri se tratar de um músico virtuoso e
competente (e ainda canta bem!), e muito bem acompanhado. Neste CD, também estão
PG (vocais), Duca Tambasco (baixo), Jean Carllos (teclados) e Walter Lopes
(bateria).
Comentei sobre a nova descoberta com
minha irmã caçula, que é evangélica, e fiquei feliz ao saber que ela já os conhecia.
Mais feliz fiquei quando ela me presenteou com o CD O Tempo. Acredito que esse ainda é o disco mais popular do Oficina.
Lançado no ano 2000, o sexto álbum do grupo, com 13 faixas, marca uma mudança
de gravadora e um momento de projeção.
A música que dá título ao disco,
e certamente é mais tocada da banda, está na faixa 5. A balada abre com o
chiado característico de um vinil e vai apresentando, batera, violão e voz,
tudo quase grudadinho. Ainda nessa primeira parte do vocal, entram o baixo e o
teclado. O encaixe é perfeito, tanto que a música vai se completando a cada
instrumento sem qualquer “degrau”. Após a segunda vez do refrão, entra o solo
de violão acompanhado por um violino e, em seguida, um coral. Ao vivo, isso é
impressionante!
A faixa que mais curto é a
terceira, Atitude. Além do título,
que já é muito sugestivo, acho que é a mais Rock’n’Roll do disco. Gosto muito
da guitarra bem distorcida, meio “seca” na base e com mais “brilho” no solo,
com direito a wah-wah e tudo. O gogó do PG também se destaca, está bem na vibe
do título da música. A rapaziada toda manda muito bem. Para quem já os viu no
palco, sabe que é uma apresentação marcante, inclusive pelas performances do tecladista
Jean Carllos.
É isso aí, atitude e tempo,
combinados com o devido equilíbrio, fazem muito bem!