Quero fazer uma homenagem para
fechar o mês de janeiro. Ontem, tive o prazer, a honra, a satisfação e diversas
outras good vibrations de testemunhar
e “apadrinhar” o casamento de dois grandes amigos. Depois de alguns anos um
sendo acolhido pelo teto do outro e, mais recentemente, de já compartilharem o
mesmo lar, Janaína Soares e Maurício Amaral – para mim, Jana e Mauzinho – oficializaram
a parada. E o que isso tem a ver com o Vitrola? Tudo! O gosto musical de ambos
é tão parecido, o que acredito ser uma benção para a vida a dois, que foi
inevitável ter, entre vinis e CDs, algumas “bolachas” repetidas na união da discoteca.
O que fazer? Doar uma das cópias? Qual deve ficar?
Matei minha curiosidade em uma
conversa com Maurício, que me afirmou com a maior naturalidade: “Ficamos com
todos os discos”. De maneira geral, quando um casal resolve formar um lar
procura otimizar os espaços, mas isso não foi um problema para os dois na hora
de juntar os discos. Há alguns dias a Janaína até mostrou em uma foto, via Facebook,
quão organizada está a discoteca do casal. Ficou bacana, mas talvez tenha sido
apenas a pressão de ter o lar todo em ordem às vésperas do casório. Talvez não.
Os pombinhos se conheceram e se
aproximaram graças ao Heavy Metal. São fãs de carteirinha do estilo musical,
com um vasto currículo de idas a shows de bandas tanto brazucas quanto gringas.
No caso de Maurício, o histórico passa também por palcos e estúdios, pois desde
a adolescência tem uma fervorosa relação de amor com suas guitarras. É
integrante do Anthares (entrou em 1991), importante nome do Metal paulistano
dos anos 1980, e do Megaforce, que também surgiu naquela década. Reza a lenda
que as primeiras centelhas do romance até tenham surgido como encantamento da
fã pelo rock star.
Voltando às bolachas, a dualidade
foi percebida logo que começaram a namorar. Mas Maurício conta jamais ter
pensado em como seria se um dia viessem a se casar. “Cara, nunca cogitei a
possibilidade de me desfazer dos discos, pois são muito preciosos. E acredito
que a Jana sempre pensou da mesma forma”, diz o meu camarada guitarrista. Entre
os exemplares repetidos, há nomes como Iron Maiden, Van Halen, Accept e Exumer.
Destaque para Hell Awaits, segundo disco de estúdio do
Slayer, banda norte-americana de Thrash Metal. Lançado em 1985, pela Metal
Blade Records. De romântico, o Hell
Awaits não tem nada, muito pelo contrário, mas é meio que um xodó do casal.
Assim como o Slayer está entre as bandas preferidas de ambos. Confesso que, do
estilo, é uma das que mais gosto também. Inclusive, fui com a Janaína a um dos
shows do grupo em São Paulo. Na época, o Maurício morava em Macaé (RJ) e não
pode nos acompanhar, pois a apresentação foi no meio da semana. Mas não deixou
por menos e também foi curtir um som ao vivo: havia uma apresentação da banda
14 Bis lá em Macaé.
A vida é mesmo uma constante
trilha sonora. E quando temos grandes amizades para enriquecer esse acervo
musical, é ainda melhor. Para celebrar a união desses meus amigos, escolhi um vídeo
que faz referência a uma das paradas da lua-de-mel.