Uma das coisas mais
maravilhosas da música está no quanto ela mexe com nossas emoções: faz rir e
chorar, faz lembrar e comemorar, faz sofrer e celebrar, enfim, chacoalha tudo
lá dentro da gente. Mas a música também faz a gente chacoalhar tudo do lado de
fora. E se for da cultura latina, ainda mais. Pois não é que xeretando na
vitrola de dois grandes amigos da época da faculdade encontrei a trilha sonora
de The Mambo Kings?
Não me lembro de ter
assistido o filme, lançado em 1992, mas pelo que li trata-se da história de
dois irmãos, músicos cubanos que, no início dos anos 1950, deixam sua terra
natal rumo aos Estados Unidos. Obviamente, a música permeia as diversas emoções
de toda a trama, estrelada por Antonio Banderas e Armand Assante. Mas como o
papo aqui é a vitrola e não o projetor, vamos ao que mais interessa.
As 16 faixas do disco são
interpretadas por nomes como Arturo Sandoval, Benny Moré, Celia Cruz, Linda
Ronstadt, Los Lobos, Mambo All-Stars e Tito Puentes. E ainda tem participação
do próprio Banderas, com o Mambo All-Stars, cantando a faixa oito – Bella Maria De Mi Alma –, que me trouxe
boas lembranças de meu pai. O velho Venâncio adorava esse estilo de música! Certamente
iria se esbaldar ouvindo a “bolacha” comigo. Fico imaginando qual seria sua
satisfação ao escutar a bela introdução de violão seguida pela voz de Linda
Ronstadt em Perfídia, a faixa 11; ou
a seguinte, com Celia Cruz interpretando Guantanamera.
Difícil não me emocionar...
Mas como já é praticamente
sexta-feira, quero falar da vontade que dá de sair dançando ao ouvir essa
trilha. É neste ponto que volto a citar o casal de quem tomei emprestado o
disco. Anahi e Tony dançam praticamente qualquer coisa! Não entendo nada de
dança, então evito dizer se o fazem corretamente (por certo, cometeria alguma
injustiça). O que sei é que os caras contagiam. Não há quem os veja flutuando
pelo salão sem ser tomado por uma imensa vontade de fazer o mesmo. Claro, uma
minoria se arrisca. Estou com a maioria!
Uma das faixas que mais
gostei é a número dois – Ran Kan Kan –
com Tito Puentes. Tem muita percussão e muito trompete. É o tipo de música que
faz todo mundo se divertir, em especial os instrumentistas, pois o que tem de
espaço para improvisar é brincadeira. A quarta faixa, com Arturo Sandoval, é
auto-explicativa: Mambo Caliente. É
tudo muito intenso nesta música! O disco fecha com Beautiful Mary Of My Soul, uma versão em inglês da faixa oito. E
quem interpreta? Los Lobos, sim, aquela mesma galera de La Bamba. Esta é uma
boa maneira de começar o final de semana. Aí vai uma palhinha do que há no
filme (agora quero muito assistir!).