Um dos discos mais tocados na minha vitrola é o 5150, do Van
Halen. E por vários motivos. A banda em si é o primeiro deles. Os caras sempre
fizeram Hard Rock de uma maneira diferente, com uma sonoridade única e, acima
de tudo, como se estivessem se divertindo o tempo todo (e acredito mesmo que
eles se divertiram horrores). O segundo motivo é porque pago um pau ao ver uma
guitarra bem tratada. Imagino que quando Eddie Van Halen chega em casa as
guitarras dele correm para recebê-lo, saltitando e abanando o rabinho.
Até aqui, nenhuma novidade para qualquer grande fã da banda.
Mas há um terceiro motivo que me faz gostar ainda mais desse CD. Toda vez que
estou com algum problema, me sentindo mal, entristecido ou aborrecido, vai
tocar uma faixa do 5150. Esteja onde eu estiver! Imediatamente, minha feição
muda, fico mais calmo e deixo de pensar meramente no que estava me incomodando
para começar a visualizar soluções.
Isso é tão verdade que minha irmã caçula, também fã da
banda, sempre que ouve ocasionalmente alguma das músicas do disco faz questão
de me colocar ao telefone para compartilhar. É algo mágico. Se eu tentar forçar
a situação, botar na vitrola só porque não estou muito bem, não é a mesma
coisa. Vou adorar ouvir, mas o impacto será outro. Parece coisa de filme, ou de
outro mundo. Talvez sejam apenas os Deuses do Rock’n’Roll, talvez sejam alienígenas.
Tenho também uma história engraçada sobre o meu exemplar de
5150. Bom, hoje é engraçado, mas quando aconteceu eu fiquei foi muito irritado.
Em 1997, comprei uma caranga bacana e assim que o som foi instalado eu já
estava com a “bolacha” do Van Halen na mão para estreiar. Dias depois, me esqueci que o disco
ainda estava dentro do aparelho e enfiei também ali um CD do Barão Vermelho.
Imagine a minha cara ao perceber o que acabara de fazer. Para o bem de todos,
ainda consigo ouvir bem os dois discos.