quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Comprar CD ainda é muito bom


Dia desses eu navegava pelo Facebook, olhando os posts dos amigos, rindo um pouco com algumas coisas bem divertidas e me deparei com a seguinte frase: “Ainda tem gente que compra CD”. Putz! Mas é claro que tem, e eu faço parte deste grupo! Tudo bem que não tenho adquirido nada ultimamente, mas adoro comprar CDs. A autora da frase é uma amiga que chamo carinhosamente de “Patpim” (uma junção do início de seu nome com o final do sobrenome), talentosa fotógrafa, de olhar tão atento quando sensível. Uma artista! Ela ainda completou: “Acabo de comprar esse, vou ouvir no talo”. Eu também ouviria.

A aquisição da Patpim é nada mais nada menos do que Legends of Soul: The very best of Aretha Franklin & Otis Redding. Fala sério, aí é covardia! São duas “bolachinhas” que somam 42 dos maiores clássicos da Soul Music. É até difícil pensar em uma preferida, mas confesso que Otis cantando Try a little tenderness ou Satisfaction é demais. E a Aretha em Chain of fools ou Never let me go? É de arrepiar! Nem vou ficar falando sobre os discos porque vai ser uma “babação” sem fim. Só posso dizer que a minha amiga mandou muito bem nesta escolha.

Mas é claro que eu quis saber detalhes sobre a aquisição, e aí curti ainda mais a história, pois foi algo muito semelhante ao que aconteceu comigo quando comprei o Mandinga, do André Christovam (já escrevi sobre este episódio aqui no Vitrola). Ela me contou que caminhava pela João Cachoeira (uma das principais ruas do bairro Itaim, na capital paulista) quando foi atraída por um som marcante vindo de uma loja de discos.

Reconheceu a voz do Otis e, sem pestanejar, entrou. Foi direto ao dono do estabelecimento, que, segundo ela, é o suficiente para cuidar de uma loja de CDs atualmente (em tom de brincadeira, claro). Quando pergunto o que estava tocando, o cara apresentou-lhe o álbum duplo que custava R$ 50. Por um momento ela titubeou, mas apenas por um momento. Bastou uma conversinha rápida com a consciência para manter o curso do final feliz: “É tão bacana ter um CD original bom! Acho que alguns clássicos valem a pena”.

A Patpim ainda chorou um descontinho, mas não teve sucesso. Não custa nada tentar, não é verdade? Tenho certeza de que os cinquenta mangos foram muito bem investidos, e já se pagaram em seguida, pois garantiram a trilha sonora da viagem para a praia. E também estou certo de que o pessoal das gravadoras deve gostar bastante de ouvir histórias assim. Por falar nisso, já está na hora de um novo passeio pelas lojas da Galeria do Rock.

Para fechar, fica aí um pouquinho de Aretha, interpretando Respect, uma das preferidas da minha amiga Patpim.