domingo, 2 de outubro de 2016

Sabe aquela música do MacGyver?

Na década de 1980, uma das séries mais populares de televisão foi Profissão Perigo, que exibia as aventuras do agente secreto Angus MacGyver. Mesmo quem não viu o seriado já deve ter ouvido alguém ser chamado de MacGyver por tentar resolver um problema técnico com uma gambiarra supostamente espetacular. Não é para menos, pois o tal agente conseguia construir uma bomba com um chiclete, um clipe e um pedaço de fio. Por mais exagerada que pareça essa descrição das habilidades do rapaz, era bem por aí.

Mas não foram só as histórias do personagem que encantaram o público. A música de abertura da série aqui no Brasil despertou a curiosidade de muitos telespectarores, e foi exatamente dessa forma que descobriram o Rush, um dos maiores nomes mundiais do Rock Progressivo. É o caso do guitarrista Marcelo Barbosa, exímio instrumentista de Brasília (DF) que traz no currículo nomes de bandas como Khallice, Almah e Angra. Nesta última, foi convidado para ocupar o lugar de Kiko Loureiro, que hoje está no Megadeth (a banda de Dave Mustaine, um dos primeiros integrantes do Metallica).

Marcelo se tornou um grande fã do Rush. Mais que isso, tem respeito e idolatria pelo trio canadense. “Eles são incríveis. É uma banda tão autêntica e musicalmente tão coesa que mesmo quem não é fã respeita”, comenta. Como não poderia deixar de ser, o grupo está entre suas principais influências musicais. E é até bem provável que os caras do Rush se sentiriam lisonjeados ao saber disso, por conta do grande talento de Marcelo. Talvez Geddy Lee, o baixista e vocalista, um pouco menos.

Quando conheceu o Rush, Marcelo fez uma pequena confusão. “Eu ouvia aquela música do MacGyver e achava que era uma mulher cantando”, lembra ele, até meio constrangido. E continua: “Achava o máximo, pois o som era sensacional e ainda com uma ‘mina’ cantando. Até que um amigo que já conhecia a banda há mais tempo me corrigiu, e contou que aquela voz era na verdade do baixista”. O Marcelo merece um desconto, pois o Geddy Lee (que também é tecladista) tem mesmo uma voz mais aguda. E, convenhamos, quem nunca cometeu um engano assim?

O mais importante é como o guitarrista aproveitou essa influência. “Acho fundamental, como músico, colocar minha personalidade no que faço, ter autenticidade”, diz ele. “É isso que torna sua música uma assinatura, quem ouve sabe que é você.” O Rush é sem dúvida uma ótima referência nesse quesito, pois bastam poucos acordes para reconhecer suas músicas. Em alguns casos, poucas notas. Tom Sawyer é um bom exemplo.

Esse grande sucesso do Rush é a música que abre o álbum Moving Pictures, oitavo disco de estúdio da banda, lançado no início de 1981, e provavelmente o mais vendido. Qualquer uma das sete faixas dessa obra-prima pode ser considerada um grande sucesso, a exemplo de YYZ e Limelight. Vai aí uma gravação de Geddy Lee, Alex Lifeson (guitarra) e Neil Peart (bateria), veja se não dá para identificar logo nos primeiros segundos. 





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