sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

O legado que o Jimmy Page deixou na Freguesia do Ó

Neste meu primeiro post de 2016 a “bolacha” vem em pacote: Led Zeppelin Remasters. Lançada em 1990, essa coletânea traz boa parte – ou uma parte muito boa – da discografia do Led Zeppelin, banda britânica o final da década de 1960 que está na cabeceira de praticamente todo mundo que é fã do bom e velho Rock’n’Roll. Além de contribuírem para o abandono global do hábito de cortar os cabelos, Jimmy Page, John Bonham, John Paul Jones e Robert Plant inspiraram uma penca de gente a tocar algum instrumento musical. Pudera, o som dos caras é único e sensacional.

Pois bem, Sir Jimmy Page, o mago da guitarra do Led, também conquistou súditos pela Freguesia do Ó, na Zona Norte da cidade de São Paulo, região onde passei mais da metade da minha vida. Mas a discoteca da vez é a de Guilherme Spilack. O cabra ficou hipnotizado ao ouvir o Remasters que, justiça seja feita, pertencia ao pai dele. Foi ali pela metade dos anos 1990 e sua família ainda comemorava a compra de um aparelho para tocar CDs. Segundo ele, foi seu primeiro contato com alguma coisa de Rock’n’Roll. A partir dali, sua vida jamais seria a mesma. “Quando ouvi aquele som pensei: é isso que quero ser!”

E não é que ele levou a sério esse negócio de ser “Rock Star”? Guilherme se tornou um guitarrista de mãos cheias. Influenciado pelos riffs e solos de Jimmy Page, buscou conhecimento, passou a estudar, praticar muito e a investir em equipamentos de qualidade. Hoje, seus principais trabalhos são com a Children of the Beast, banda cover do Iron Maiden na qual ele faz as vezes do Dave Murray, e a StringBreaker and the StuffBreakers, um trio que faz Rock instrumental na linha mais anos 1970. Dia desses contarei aqui uma boa e divertida história sobre o disco gravado pela StringBreaker.

Guilherme também é professor, como grande parte dos guitarristas brasileiros, e produtor fonográfico, algo que imagino não ser tão comum na carreira de tantos músicos. Até pedi que me explicasse melhor do que se trata. A atuação é ampla, mas a base da missão desse profissional é olhar como um todo o trabalho do disco de uma banda ou um músico e dar o melhor direcionamento até a gravação final. Me identifiquei, pois é semelhante ao que faço como editor de uma publicação.

Parte do legado de Jimmy Page, a Gibson Les Paul ganhou a preferência entre os instrumentos de Guilherme. “É uma guitarra icônica, com som agressivo, mas ao mesmo uma lady, por causa de detalhes como as linhas, as curvas e os frisos”, comenta ele, enamorado. A tradicional Fender Strato também é sua companheira: “Ela é mais versátil e tem o som mais limpo”.

Conheci Guilherme faz pouco tempo, por intermédio de um amigo em comum, o Marco “Lelo” Espindula (que vai me ajudar a trazer muita gente bacana para cá). Após ouvir – e contar – a história do Guilherme, agradeço à vitrola da família Spilack, pois além de aproximá-los ainda abriu o caminho para surgir mais música boa.


Para celebrar essa história toda, escolhi Black Dog, uma das faixas mais tocadas do Led Zeppelin, principalmente por quem gosta de guitarra. Let’s rock!





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