Alguns medalhões da música
internacional não perdem a chance de vir ao Brasil. A calorosa recepção que
costumam encontrar por aqui é certamente uma das razões. Que o diga Marc Steven
Bell, ou melhor, Marky Ramone, o baterista e único sobrevivente dos Ramones, lendária
banda norte-americana de Punk Rock. Toda vez que ele resolve nos visitar atrai
gente de todos os lados e que faz de quase tudo para se aproximar, trocar uma
palavra, pegar um autógrafo, enfim, aproveitar a oportunidade.
Um exemplo é meu camarada Igor Muller, radialista e apresentador das Rádios Eldorado e Estadão. Quando Marky
esteve no País em 2005, Igor trabalhava na Rádio Brasil 2000, onde o músico
daria uma entrevista e, claro, faria um som. “Meu horário era das 18h às 22h, e
o Marky ia tocar lá às 16h. Naquele dia cheguei ao meio-dia”, lembra ele, que
esperava pelo baterista acompanhado de sua cópia de Road to Ruin para ser devidamente autografada. Lançado em 1978, Road to Ruin é o disco de estreia de
Marky nos estúdios com os Ramones, e traz I
Wanna Be Sedated e Needles and Pins entre
as faixas mais tocadas.
Parte interessante de toda essa
história é a origem da “bolacha”, agora com valor agregado por conta do
autógrafo de Marky. Igor é natural de Piracaia, cidade do interior de São
Paulo, próxima de Atibaia e a pouco mais de 40 km da divisa com Minas Gerais.
Foi lá que iniciou sua carreira pelas ondas radiofônicas, em 2002, participando
da programação esportiva e também musical da rádio comunitária.
Com certa frequência (sem
qualquer intenção de trocadilho), uma leva de vinis era, como podemos dizer,
colocada à disposição para doação. Foi em uma dessas limpas que Igor garimpou o
Road to Ruin, intacto. Ele lembra que
era comum encontrar raridades em excelente estado no meio daqueles discos. “Achei
coisas como Selvagem, dos Paralamas
do Sucesso, e Music for Airport, de
Brian Eno”, confirma. Quem diria que um vinil prestes a virar descarte em
Piracaia acabaria nas mãos de Marky Ramone para ser autografado? Se Maomé não
vai à montanha...
Na verdade, esse episódio é uma
das muitas histórias que Igor tem para contar sobre os caminhos que ele mesmo
tem construído para ir a Maomé, à montanha e a diversos outros destinos.
Apaixonado por música desde a infância, teve a sorte – ou o destino – de sempre
estar em contato com artistas de qualidade, gente de primeira linha. O espírito
questionador também o incentivou a querer saber mais sobre toda essa galera e
entender cada vez mais e melhor as sonoridades diante de seus ouvidos.
Foi essa inquietude que o levou,
por exemplo, à Rádio Brasil 2000. “Havia lá um programa transmitido nas noites
de sexta com a seleção musical dividida entre alguém conhecido e um ouvinte,
com meia hora para cada um”, conta. E acrescenta: “Enviei minha seleção e fui
escolhido para apresentar no mesmo dia que o Dudu Braga”. Se o simples fato de
participar já seria gratificante, estar no mesmo programa que o filho de
Roberto Carlos então foi um prêmio.
Provavelmente mais do que isso.
Na preparação para o programa Igor teve contato com a equipe técnica e conversou
sobre sua experiência como locutor e seu conhecimento musical. O bate-papo foi
o primeiro passo para, mais tarde, estar do mesmo lado de profissionais que já admirava.
Trabalhar com o que se gosta não é só uma questão de privilégio, é consequência
do quê e de como se busca. Que venham novas histórias para contarmos por aqui.
Aí vai uma apresentação dos
Ramones com Needles and Pins, em
1978.
Grande Romuca!
ResponderExcluirParabens pelo blog!
Só uma observação, o Marky não é o unico Ramone vivo.
Ainda temos o Richie e o CJ (que por acaso é o dono atualmente da melhor e mais criativa carreira solo de qqer integrante do Ramones).
Forte abraço! Alvaro Neto
Grande Alvaro,
ExcluirMuito obrigado pelo comentário, meu camarada!
Informação importante. Vou tratar de fazer um novo post bacana sobre Ramones para atualizar essas histórias.
Abraço, meu velho. Let's Rock!